terça-feira, 9 de março de 2010

A escrita do povo: o demótico



No Egito Antigo, durante o primeiro milênio, apareceu um novo tipo de escrita cursiva: o demótico. Esse tipo de escrita que derivava do hierático, era muito mais simples, o que dificultava a sua leitura.

A base do demótico era o neo-egipício, língua que se falava na época do Novo império e que tinha uma gramática própria. Ela utilizava algumas normas do neo-egipício, e os seus signos eram uma estilização dos hieráticos, a ponto de ser quase irreconhecível.

Ao princípio, o demótico destinava-se, sobretudo aos documentos administrativos, judiciais e comerciais, graças aos quais chegou até nós uma visão panorâmica da economia egípcia. Pouco a pouco, o hierático foi sendo reservado para uso religioso,e o demótico tornou-se a língua e a escrita oficiais em todos os níveis.

No período partir do domínio dos faraós ptolomaicos, cuja cultura tinha raízes helenísticas, o demótico partilhou o papel de língua oficial com o grego, de maneira que os documentos eram escritos em ambas línguas.

No período ptolomaico, os documentos eram escritos em demóticos e em grego, o que permitiu a aproximação dessas duas culturas. O demótico era usado não só em âmbito administrativo e judicial, mas também textos religiosos, como nas estelas dedicadas a qualquer divindade.

Após a chegada dos romanos, os egípcios continuaram a escrever os seus documentos em demótico. A partir do século II d.C., com a chegada do cristianismo, os escritos egípcios passaram a ser vistos como pagãos proibindo-se o seu uso e, assim nasceu o copta,que utilizava o alfabeto grego com alguns signos egípcios.

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