segunda-feira, 22 de março de 2010

Cabeça de Amenófis III



Uma cabeça gigante de granito vermelho do faraó Amenofis III, de 3.000 anos de idade, foi encontrada no local de seu templo funerário em Luxor, anunciou neste domingo o ministério da Cultura egípcio. "A cabeça está intacta e mede 2,5 metros de altura", indicou em um comunicado Zahi Hawass, diretor do departamento de Antiguidades Egípcias.

"É uma obra prima de grande qualidade artística, um retrato do rei com traços esculpidos muito finos e cheios de juventude", descreveu.

A peça é a cabeça de uma grande estátua que representava o faraó de pé, com os braços cruzados e com símbolos reais nas mãos, explicou por sua vez Hurig Suruzian, chefe da missão arqueológica responsável pela descoberta.

Amenofis III, que governou entre 1390 e 1352 AC, é pai de Akenaton, o "faraó herético", considerado precursor do monoteísmo por ter tentado impor no Egito o culto exclusivo de Aton.

( Reportagem retirada do site:http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=1076)


Reportagem Retirada do site G1

Foto: Reprodução 

Os ushabtis, figuras que deveriam virar servas dos mortos no além


Durante quase 3.000 anos de história, os egípcios foram o povo mais meticuloso nos preparativos para a vida após a morte. Além do corpo maravilhosamente preservado pelo processo de mumificação, eles caprichavam na preparação espiritual, levando consigo, nas paredes ou no interior dos sarcófagos, textos como o Livro dos Mortos, que ensinavam o defunto a argumentar sobre seus merecimentos diante dos deuses. Mas é claro que não dava para abrir mão do conforto no além: por isso, os egípcios também lotavam suas tumbas com pequenas estátuas, que iriam fazer as vezes de serviçais no mundo dos mortos.

As últimas décadas de pesquisa arqueológica e antropológica estão trazendo uma enormidade de dados sobre o complicado processo ligado à passagem de um egípcio da alta sociedade desta para uma melhor. O egiptólogo Bob Brier, da Universidade de Long Island (Estados Unidos), conhece literalmente a fundo as práticas egípcias, já que avaliou pessoalmente a "saúde" de uma série de múmias e também mumificou pessoalmente um cadáver moderno para entender melhor como os egípcios embalsamavam seus mortos. Segundo Brier, dois elementos são cruciais para a prática da mumificação: o ambiente e a mitologia do Egito antigo.

Ele lembra que, nos milênios anteriores à era do faraó, os habitantes do vale do Nilo costumavam simplesmente enterrar seus mortos numa cova rasa nas areias do deserto a oeste do grande rio. Com isso, o calor e o clima extremamente seco davam conta de, sozinhos, preservar a pele, a carne e os cabelos por longos períodos. Mais tarde, quando eles começaram a construir túmulos elaborados para os defuntos, essa capacidade de preservação diminuiu. Isso porque a umidade, que traz bactérias comedoras de cadáveres, ajudava na decomposição dos corpos. A mumificação foi desenvolvida, em parte, para ressecar totalmente os cadáveres.

Por outro lado, a mitologia egípcia é dominada pela história do deus Osíris, que foi morto à traição por seu irmão Seth e desmembrado. Os pedaços do corpo do deus, porém, foram reunidos por sua esposa Ísis, o que permitiu que ele voltasse à vida. Osíris virou o protótipo de todos os mortos, e principalmente dos faraós mortos. Como os egípcios acreditavam na ressurreição, na qual o corpo dos falecidos voltaria a funcionar, era importante que o cadáver estivesse o mais intacto possível, justamente para garantir sua funcionalidade no além.

Foto: Reprodução

A múmia do faraó Ramsés II (1279-1213 a.C.) (Foto: Reprodução)

Faltou o cérebro

Ainda bem que os egípcios não tinham idéia da importância do cérebro para o organismo, porque trata-se do único órgão para o qual eles não desenvolveram um procedimento de preservação. Os egípcios acreditavam que a sede do pensamento era o coração, e não o encéfalo. Aliás, o cérebro era deliberadamente destruído, por ser extremamente aquoso. Os embalsamadores inseriam um pedaço de arame no nariz do morto, quebravam o osso que separa a cavidade nasal da cavidade craniana e giravam o arame rapidamente, como um liquidificador, até que o cérebro virasse uma papa e pudesse escorrer para fora do nariz do defunto quando ele fosse virado de ponta-cabeça.

Depois disso, era feita uma incisão no abdômen, retirando dela o estômago, o fígado, os intestinos e os rins. Só o coração era deixado no interior do corpo. Os demais órgãos iam para minissarcófagos especiais, os chamados vasos canópicos, e colocados ao lado do caixão do morto. Para retirar ainda mais a umidade do corpo do morto, ele era coberto com uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio e sal de cozinha durante 35 dias. Depois era finalmente enrolado nas bandagens características das múmias que conhecemos.

Foto: Reprodução

Vasos como esses abrigavam os órgãos (Foto: Reprodução)

Cerca de 70 dias após a morte, o morto era finalmente levado à sua tumba. Como a múmia estava com a boca coberta com bandagens, era feito um ritual para "abrir sua boca", de maneira que ele conseguisse falar e comer no outro mundo. A cerimônia terminava com um sacerdote dizendo as palavras: "Tu és jovem de novo, tu vives de novo, tu és jovem de novo, tu vives de novo, para sempre".

Lacaios e bagagens

Quanto mais rico o defunto, maior a quantidade de bagagem que ele carregava. Todo tipo de alimento e objeto de uso pessoal -- arcos e flechas, carruagens, barcos, roupas, jóias -- eram colocados no túmulo. As paredes também eram pintados com cenas da vida do morto. Os egípcios acreditavam que, se uma imagem aparecia num túmulo, o morto seria capaz de vivê-la no além.

O mais curioso para nós, no entanto, eram os ushabtis, pequenas estátuas em forma de múmia que deveriam servir o morto na outra vida. Só o faraó Tutancâmon, que morreu por volta do ano 1300 a.C., foi enterrado com 413 ushabtis, cuja principal função era cultivar a terra para o rei no além. Desses, 365 ushabtis eram trabalhadores braçais (um para cada dia do ano), 36 deles eram supervisores (um para cada grupo de dez operários), sem contar um grupo de 12 supervisores dos supervisores (um para cada mês do ano). Nem na morte os faraós deixavam a burocracia de lado, pelo visto.

(texto jornalístico, http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL600506-9982,00.html 15/06/08)

terça-feira, 9 de março de 2010

A paleta de Narmer



Apaleta de Narmer foi descoberta em 1894, a poucos metros do chamado’’Deposito maior’’do templo de Hieracômpolis.Trata-se do primeiro documento que tem o nome do faraó inscrito um serej(estandarte com desenho da fachada do palácio)real e o primeiro que testemunha a unificação das duas terras,ou seja, é a primeira vez que o faraó aparece como do Alto e do Baixo Egito.

A paleta é de xisto, esculpida em ambos os lados. Em cada face, as cenas dividem-se em registros horizontais, três na frente e quatro no verso. Assim como foi feito mais tarde nas paredes dos templos, os objetos, personagens e acontecimentos esculpidos aparecem ordenados da forma como eram vistos e percebidos, o que a tornou um poderoso instrumento de propaganda social.

Ela tem uma estrutura elaborada, mostrando uma técnica de execução, uma idéia de espaço organizado,uma noção de simetria e de eixo vertical.O corpo humano está representado de acordo com as convenções estéticas que prevaleceram ao longo da história do Egito.

O perigo assírio



Em meados do século VIII, o Império assírio começou a mostrar interesse em expandir seus domínios para a região da Fenícia e da Palestina. Os pequenos estados costeiros pediram ajuda ao Egito; Senaqueribe cercou Jerusalém, e Ezequias, o rei de Judá, pediu auxilio ao faraó Chabataka.

Corria o ano de 701 a.C, e Jerusalém quase caiu em poder dos assírios. Senaqueribe foi sucedido por Assarhadão, que tentou conquistar o Egito, mas foi derrotado pelo exercito do faraó Taharka. Assarhadão, no entanto, não se rendeu e, em 671 a.C., conseguiu conquistar Mênfis, ao mesmo tempo que obrigou Taharka a fugir para Tebas. Fez um pacto com os príncipes líbios do Delta(adversários dos faraós núbios), que declararam vassalagem aos assírios, e confirmou Nekau I como rei do Egito. Contudo, Taharka reconquistou Mênfis.

Quando Assarhadão morreu, sucedeu-lhe Assurbanipal (669-627a.C).Na sua primeira campanha no Egito, Assurbanipal derrotou Taharka e chegou até Tebas.Tal como os seus antecessores Assurbanipal. Na sua primeira campanha no Egito, derrotou Taharka e chegou até Tebas. Tal como seus antecessores, retirou-se para Nínive, e os príncipes do delta aproveitaram a ocasião para revoltarem-se. Essa revolta foi sufocada pelo rei assírio, que deportou Nekau para Nínive. Pouco tempo depois, Assurbanipal devolveu o cargo a Nekau e nomeou o filho deste, Psamtek, governante de Atribis.

Na Núbia Tanutamon sucedeu Taharka. Foi tão agressivo ou mais, que o seu antecessor; reconquistou Assuã, Tebas e Mênfis. Com a conquista desta cidade, os assírios foram expulsos do Egito e Nekau morreu na guerra. A reação dos assírios não tardou: no ano seguinte, saquearam Tebas e obrigaram Tanutamon a fugir para a Núbia. Aproveitando os problemas da Assíria com a Babilônia, Psamtek I, faraó do Egito, após morte de Nekau, seu pai, expulsou definitivamente os assírios, atacados pela Babilônia, pelos medos e pelos citas. Em 606 a.C com o rei assírio Assur-uballit II,o Império assírio desapareceu ,deixando um vazio que o Império Babilônico preencheu durante alguns séculos.

A escrita do povo: o demótico



No Egito Antigo, durante o primeiro milênio, apareceu um novo tipo de escrita cursiva: o demótico. Esse tipo de escrita que derivava do hierático, era muito mais simples, o que dificultava a sua leitura.

A base do demótico era o neo-egipício, língua que se falava na época do Novo império e que tinha uma gramática própria. Ela utilizava algumas normas do neo-egipício, e os seus signos eram uma estilização dos hieráticos, a ponto de ser quase irreconhecível.

Ao princípio, o demótico destinava-se, sobretudo aos documentos administrativos, judiciais e comerciais, graças aos quais chegou até nós uma visão panorâmica da economia egípcia. Pouco a pouco, o hierático foi sendo reservado para uso religioso,e o demótico tornou-se a língua e a escrita oficiais em todos os níveis.

No período partir do domínio dos faraós ptolomaicos, cuja cultura tinha raízes helenísticas, o demótico partilhou o papel de língua oficial com o grego, de maneira que os documentos eram escritos em ambas línguas.

No período ptolomaico, os documentos eram escritos em demóticos e em grego, o que permitiu a aproximação dessas duas culturas. O demótico era usado não só em âmbito administrativo e judicial, mas também textos religiosos, como nas estelas dedicadas a qualquer divindade.

Após a chegada dos romanos, os egípcios continuaram a escrever os seus documentos em demótico. A partir do século II d.C., com a chegada do cristianismo, os escritos egípcios passaram a ser vistos como pagãos proibindo-se o seu uso e, assim nasceu o copta,que utilizava o alfabeto grego com alguns signos egípcios.

A construção das Pirâmides



Durante o reinado do faraó Djoser, os antigos túmulos dos faraós das duas primeiras dinastias, utilizados para enterros, foram substituídos por uma nova construção, a pirâmide, que surgiu a partir da sobreposição de mastaba, que diminuíam de tamanho á medida que ganhava altura.

A sua silhueta escalonada simbolizava uma escada pela qual o faraó ascenderia ao céu. A primeira fase da construção consistia em escolher um lugar ideal para a localização, em seguida, desenhavam-se os planos e decidia-se qual era a quantidade de material e mão- de- obra necessária. Depois, os sacerdotes eram convocados para determinar os pontos cardiais que orientariam as suas faces, delimitavam a base e procediam a cerimônia de nível lamento do terreno.

O faraó encerrava o ritual da construção com a cerimônia de esticar a corda, que, consistia em comprovar a orientação, cravar uma estaca em cada um dos ângulos os unindo com a corda, cavar simbolicamente uma pequena parte de uma vala, modelar um tijolo e colocar a primeira pedra. Inicia-se, assim, a construção real, sendo que a duração dos trabalhos dependia do tamanho do complexo funerário, o qual devia estar concluído para o momento da morte faraó.

Sarcófagos




Os sarcófagos seguiam fielmente a evolução ideológica, dos seus criadores e, portanto, todos os elementos que figuram em um túmulo têm uma razão que só se compreende quando se conhecem os mitos e os egípcios dominantes no momento da sua construção. O morto precisava do seu corpo para que o ka pudesse regressar e unir-se a ele novamente, já que este exigia esse suporte físico para poder viver.Como protetor de”vida’’, mesmo que o corpo se degradasse,o sarcófago seria o seu substitutivo.Não menos importante era a decoração, em que se representavam diferentes mitos e deuses que também ajudavam o defunto na sua viagem ao Além.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Esfinge, alvo para canhões



É difícil acreditar numa barbaridade dessas, mas o pedaço do monumento provavelmente foi arrancado por uma bala de canhão dos mamelucos, a casta militar turco-egípcia que comandou o Egito do século XIV até a invasão das tropas de Napoleão, em 1º de julho de 1798.

Assim que o imperador francês começou a ocupar a região, os mamelucos se entrincheiraram perto das pirâmides, preparando-se para o confronto. "Enquanto a batalha não começava, eles calibraram seus canhões disparando em alvos como a esfinge e as próprias pirâmides", conta o egiptólogo Antonio Brancaglion, da Universidade de São Paulo.

Durante muito tempo houve quem acreditasse que a responsabilidade pelo estrago fosse do Exército francês. Hoje, os pesquisadores não têm mais dúvidas de que antes de ele chegar a estátua já estava avariada. "Tudo indica que nem a barba da esfinge existia mais quando os franceses entraram em batalha, no dia 21 de julho. Por isso, a versão que transforma os mamelucos em vândalos é a mais aceita atualmente", explica Brancaglion.

A hipótese da erosão natural também não convence, pois o buraco que restou no lugar do nariz, de acordo com os especialistas, só pode mesmo ter sido feito com artilharia pesada.

(reportagem tirada da revista Super Interessante, edição144)



Os mistérios das pirâmides



A função para a qual as pirâmides foram construídas é conhecida desde a Antiguidade. Contudo, os textos históricos nunca satisfizeram completamente a curiosidade que essas construções tão imponentes despertam. Já durante a Idade Média, antes de os arqueólogos e aventureiros europeus chegarem ao Egito, vários califas mandaram abrir esses túmulos para saberem que segredos escondiam em seu interior. Os problemas técnicos que a sua construção implicava e a forma tão característica que apresentam suscitaram ousadas teorias, com as quais se pretendeu explicar as incógnitas que cercam esses monumentos.

É bom saber

A exploração do interior das pirâmides não foi fácil. Por vezes, o teto era tão baixo que era preciso andar de cócoras. Outras vezes, a inclinação e os degraus muito altos faziam do acesso uma escalada, obrigando o visitante a segurar-se com as mãos para não cair ou recuar.

O revestimento das pirâmides foi arrancado e utilizado na construção de edifícios das proximidades.

O rosto da esfinge, já muito deteriorado no século XIX, é um retrato do faraó Khafré.

O interior das pirâmides

A estrutura inferior das pirâmides apresentava algumas variações, porém, muitas delas possuíam três câmaras, cujo acesso se fazia por meio de estreitos corredores. Alguns estudiosos dos fenômenos esotéricos identificaram essas três câmaras com os três pontos vitais do homem: o coração, o cérebro e os órgãos reprodutores. Por outro lado, algumas pessoas veem as pirâmides como templos em cujas câmaras os recém-iniciados de certas doutrinas ocultistas aprendiam a separar o espírito e o corpo, assistidos por homens santos do grupo.

Teorias

Alguns autores relacionam a construção das pirâmides com elementos estranhos à cultura faraônica, que consideram desprovida do desenvolvimento tecnológico necessário à construção de edifícios tão complexos. Outros atribuem essa perfeição à pressença extra-terrestre no nosso planeta. Outros ainda, associam-na à existência de uma civilização muito avançada em um período anterior à Idade Antiga. A forma geométrica das pirâmides, com sua ampla base quadrada e o vértice apontado para o céu, levou a pensar que podiam ter sido construídas para concenntrar a energia renovadora presente no Universo.

Cleópatra



Cleópatra sempre foi uma mulher extremamente vaidosa e preocupada com o luxo. Costumava apresentar-se em público com jóias de ouro e pedras preciosas (diamantes, safiras, esmeraldas e rubis), que ganhava de pessoas próximas ou encomendava para artesãos.

A luta pelo poder entre a rainha e seu irmão/marido fez com que Cleópatra pedisse ajuda para Roma. Inteligente e sedutora, Cleópatra dominava com perfeição a arte da conquista. Historiadores especializados no Egito antigo contam que, como presente ao imperador Julio César, ela se deixou embrulhar dentro de um tapete.
Ao desenrolar o presente, o imperador ouviu a rainha dizer que tinha ficado encantada com as suas histórias amorosas e que, assim, resolveu conhecê-lo. Rapidamente, Julio César e Cleópatra tornaram-se amantes. Juntos, tiveram um filho, Cesárion, futuro Ptolomeu 15.

Muito atuante e com força política em Roma, a monarca, somente retornou para Alexandria em 44 AC, após a morte de Julio César. Sem perder a sua grande vocação para a ambição, seduziu Marco Antonio, que controlava a parte oriental do Império Romano. Durante o período em que os dois permaneceram em Alexandria, tiveram dois filhos. Em troca, Marco Antonio devolveu ao Egito alguns territórios que estavam sob o domínio do Império Romano.

Inconformado com a ação, o Senado Romano declarou guerra à rainha do Egito. Derrotados por Otávio na Batalha de Ácio, em 2 de setembro de 31 AC, Cleópatra e seu último marido, Marco Antonio, fugiram para o Egito, onde cometeram suicídio.A rainha se deixou morder por uma serpente. Após as duas mortes, o Egito voltou a ser controlado por Roma.

Ao contrário do que muitos dizem a seu respeito, ela não possuía extrema beleza, porém, era ambiciosa, determinada e inteligente e, com isso, conquistava os homens mais poderosos.

O “Hino Canibal”





Para os antigos egípcios,a palavra possuía valor mágico, atuando quando pronunciada ou escrita. Essa magia ajudava o morto no além. Entre esses textos, os mais antigos são os das pirâmides,que serviam para guiá-los ao paraíso.Entre as múltiplas formas que os compõem, figura o chamado “Hino Canibal”, que só se encontrava nos textos das pirâmides de Unas e de Teti.

O conteúdo do “Hino Canibal”

O destino dos faraós do Antigo Império era a ascensão ao céu, que se fazia com um assalto ao paraíso dos deuses e, para ser realizada, era preciso recorrer a magia, a fim de ultrapassar todos os obstáculos que espreitavam o al
ém. O corpo dos deuses era plenos de magia e, assim,para obter essa força mágica, tinham de "devorar" os deuses.
Esse canibalismo,praticado exclusivamente pelos faraós, foi considerado uma forma ritualística de se apoderar da força das divindades, já que, a força mágica que nelas existia, passava para o soberano e, graças a isso, ele se convertia também, em uma divindade.
Não há duvida de que “Hino Canibal” é imperativo, no texto, ordena-se às divindades que permitam a entrada do faraó no céu em troca de não serem devoradas por ele:

“Unas é quem come as suas magias,quem traga
os seus espíritos.Os grandes dentre eles são para o seu
desjejum,os médios,para o almoço,os pequenos,para o
jantar,os velhos e as velhas,para a sua lisonja. (...)
Unas alimenta-se dos pulmões dos que são sábios, e esta
Farto de viver de corações, bem como das suas magias. (...)
Ele alegra-se quando as suas magias estão no seu corpo.
Depois de ter tragado o saber de cada um dos deuses,
A dignidade de Unas não se separará dele.
A duração da vida de Unas é a eternidade, o seu limite
é a perpetuidade (...) é aqui que a alma dos deuses esta
no corpo de Unas (...) os seus espíritos estão em poder
de Unas. (...).É aqui que a alma dos deuses pertence a Unas.”

Akhenaton, o primeiro monoteísta



Foi nomeado sumo sacerdote de Rá, deus do sol, em Heliópolis e coroado faraó no templo de Amon em Karnak. Durante os reinados de Tutmés IV e de Amenhotep III, o clero de Amon fora substituído pelo de Rá e introduzira-se o culto a Aton,deus universal, criador de todas as coisas. No quarto ano de seu reinado, Amenhotep IV assumiu o nome de Akhenaton e construiu uma nova capital em um novo local. Com isso, se iniciava a revolução armaniana, que afetaria todos os domínios da vida egípcia.


Para dar inicio a sua revolução, Akhenaton procurou o apoio do clero de Heliópolis. Mandou fechar todos os templos, retirou os privilégios dos sacerdotes e confiscou todas as possessões das casa religiosas. Como sacerdote de Aton e grade vidente, não aceitava a autoridade do sumo sacerdote de Amon. Suprimiu o culto a Osíris, pois o destino no Além dependia da lealdade ao faraó. Esse fato foi um erro, uma vez que o povo continuou a adorar os deuses antigos. O culto a Aton não criou raízes entre o povo, nem mesmo na capital, onde ainda se encontravam estatuetas de deuses como Bes.

Antes de morrer, Akhenaton associou o trono a um personagem, Semenekhkaré. Esta co-regencia durou quase dois anos. Contudo , o reinado de Semenekhkaré foi breve, pois, morreu poucos meses depois de Akhenaton. Para reforçar o poder ,casara-se com Meritaton, filha de Akhenaton. Alguns estuduosos acreditavam que Semenekhkaré,fosse irmão do faraó.

Curiosidades

♦ Meritaton que se tornara a esposa principal de Akhenaton após a morte de Nefertiti,era a própria filha do faraó.Quando ele morreu,casou-se com Semenekhkaré,embora alguns pensem que este tenha sido apenas o nome que ela adotou para poder reinar.Meritaton morreu pouco antes de Semenekhkaré,que reinou somente dois anos.
♦ O pai de Nefertiti,foi um alto funcionário no reinado de Akhenaton.Tinha o cargo de ministro principal e titulo de “pai do deus”.Quando Tutâncamon morreu,casou-se Ankhesenamon e ,mais tarde,tornou-se faraó.


Suportes para a escrita



A escrita egípcia utilizou suportes muito diversificados, sendo escolhidos de acordo com as inscrições e sua disponibilidade.O suporte mais antigo foi a pedra, pois, além de ser bastante resistente, o que tornava a escrita mais duradoura, era um material abundante ,ao qual se podia dar várias formas. Até mesmo as estátuas e sarcófagos serviam de fundo para a escrita, outra base antiga foi a argila, porém por ser frágil e difícil de se conservar foi substituída. As mandíbulas de alguns animais serviam também para a realização de inscrições sem importância.

A escrita nas estátuas

Os egípcios utilizavam a escrita nas estátuas, em tipos de pedra diversificados .Cada inscrição continha um valor ritualístico pois, ajudava a identificar o personagem representado.Chegou-se até a criar um modelo novo de escultura, a estátua-cubo, para obter mais espaço para as inscrições.

O suporte mágico

No principio,os egípcios usavam selos cilíndricos para escrever na argila. Depois, começaram a utilizar a forma do escaravelho, sendo um excelente exemplo da relação entre suporte e escrita. No escaravelho de coração, costumava aparecer a sexta formula do Livro dos Mortos.

O papiro

O papiro, fabricado com o caule de um tipo de junco que cresce no Delta, era o suporte básico utilizado pelos escribas. O caule era cortado em laminas que aderiam umas às outras, formandos folhas, as quais, eram enroladas e guardadas em jarros. Era facilmente reutilizado, pois, também se podia escrever no verso.O único inconveniente era o elevado preço, tornando-o apenas para fins administrativos.

Escribas

Os escribas eram altos funcionários a serviço do faraó, de um dignitário ou de um templo. As suas ocupações eram muito variadas: nos campos, comprovava a posição dos limites depois das inundações periódicas do Nilo e contava os grãos das colheitas para calcular os impostos que os camponeses deviam pagar. O gado, o vinho e outros produtos que entravam nos armazéns reais também passavam por suas mãos. As suas obrigações não acabavam por aqui; por vezes, escrevia contratos, atas judiciais e cartas para particulares.

Trabalhando

Ao escrever, estes funcionários sentavam-se geralmente com as pernas cruzadas e apoiavam o rolo de papiro diretamente no colo. Em alguns relevos, também aparecem de cócoras, com um tabuleiro em que apoiavam um papiro. Mantinham ao seu alcance os utensílios de trabalho.

Pincéis

Eram feitos de caule de junco afiado em um dos extremos ou desfiado.

Como ser escriba

Qualquer pessoa podia ser escriba, embora geralmente fosse um ofício passado de pai para filho. Durante o Antigo império, cada escriba ensinava pessoalmente o seu filho, mas, a partir do Médio Império, em algumas cidades apareceram as escolas ou Casas da Vida. As crianças nelas ingressavam quando tinham quatro ou cinco anos e sua aprendizagem prolongava-se até os doze. Começavam por copiar frases em fragmentos de calcário ou cerâmica, chamadas óstracas, ou em madeira coberta com gesso, pois o papiro era um material muito caro. Além de saber escrever, deviam conhecer as leis e ter noções de aritmética para calcular os impostos.

O pictograma

Nos relevos dos túmulos de alguns funcionários, aparecem as escolas de escribas e, na parte superior da representação, um texto que narra a cena. A elevada categoria social dos escribas pode-se confirmar pelo fato de esta ser uma das poucas profissões indicada com um pictograma que reproduz um dos seus instrumentos de trabalho: a paleta. Os pictogramas são símbolos utilizados na escrita que representam fielmente a realidade.



domingo, 7 de março de 2010

A descoberta de Tutancâmon

Howard Carter, de origem humilde, começou do nada para chegar a inspetor dos monumentos do alto Egito. Posteriormente, trabalhou com Lord Carnarvon, um apaixonado por antiguidades e pelo risco, que conseguiu autorização para escavar no Vale dos Reis. Seu objetivo era encontrar o túmulo de Tutâncamon, um faraó quase desconhecido, cujo nome tinha sido riscado das listas reais. Contra qualquer prognóstico e com a ameaça de se ver obrigado a interromper os trabalhos por causa dos elevados custos, Carter começou a escavar um povoado próximo dos túmulos. Para sua surpresa, debaixo das casas, descobriu a entrada de um túmulo com o selo de Tutâncamon.

O túmulo de Tutâncamon é um dos menores, e foi terminado muito às pressas. Contudo, suas câmaras funerárias foram abastecidas com todos os objetos que se acreditava que o jovem faraó, falecido em 1337, poderia necessitar no outro mundo. O aspecto que o túmulo apresentava aos arqueólogos quando o descobriram era caótico. Os objetos estavam amontoados e enchiam as câmaras. Antes de serem trazidos à superfície, todos os elementos foram classificados e documentados, sendo necessários 50 dias para retirar o contudo da antecâmara.

A divindade do rei



O faraó era o representante dos deuses na terra, e sua imagem era associada a do deus Hórus,sendo que, quando morria, passava a ser associado a Osíris.

A alguns soberanos, foram prestados cultos após sua morte, no entanto, para um número menor, houve a veneração como divindades próprias. Isso ocorreu razões variadas,como no caso de Amenhotep I e de sua mãe,a rainha Ahmés-Nefertari,em que os operários da necrópole de Deir el-Medina os adotaram como patronos,pois favoreceram a construção da citada necrópole.Outros faraós se autodivinizaram para simbolizar o seu grande poder,como Amenhotep III ou Ramsés II.

Animais sagrados



Bastet

A deusa Bastet era representada como uma mulher com cabeça de gato ou como um gato.Um dos motivos pelos quais haviam muitos desses animais mumificados era o fato de eles servirem como oferenda em honra à deusa Bastet.


O Cão Selvagem

O deus Anúbis, era a divindade que colaborava nos trabalhos de mumificação inclusive de animais.Para alguns deles, se usava o mesmo processo de embalsamento de seres humanos. O deus, como guardião das necrópoles,tinha um animal sagrado,o cão,do qual se encontraram inúmeras múmias.

A mumificação dos animais



Foram encontradas muitas múmias de animais no Egito. Os gatos, considerados sagrados, passaram por esse processo tantas vezes que, acabavam servindo de fertilizante, porém, a maior parte era enterrada com seus donos,para lhe fazerem companhia no além.
Acreditava-se que se obtinha contato direto com um deus ao presenteá-lo com o animal mumificado, sendo que cada divindade possuía um que a identificava.
A morte de um desses animais era uma grade perda para os egípcios.Todos os habitantes de uma casa na qual acabara de morrer um gato de causas naturais, raspam as sobrancelhas e,quando morria um cão,raspam o corpo todo inclusive a cabeça.
Inicialmente, apenas aqueles que possuíam o atributo da divindade em si, como o boi Ápis ou o boi Bukhis, eram mumificados,mas a partir da XXVI(26) dinastia, o culto se fortaleceu,e com ele o numero de múmias.

Agricultura


O camponês egípcio passava a maior parte do tempo cuidando dos campos e protegendo-os contra a seca e as pragas. No outono, arava e semeava quando o solo ainda estava encharcado, obtendo assim, maior rendimento dos instrumentos simples que utilizava. A tarefa seguinte consistia em cuidar da rega, pois o êxito da colheita dependia de levar água até as plantações. Vigiava diques e canais para ver se levavam água para os capôs e, nos lugares em que não existiam, utilizava outros métodos, como as cisternas e o chaduf.


Cultivos frequentes

As culturas mais importantes eram a de linho e cereais, dos quais se obtinham duas colheitas: a principal recolhia-se no final do inverno, e a outra, menos abundante, no verão. O trabalho do camponês era vigiado pelos escribas, que tratavam de arrecadar os impostos conforme os rendimentos obtidos. Os grãos eram guardados em silos e armazéns, administrados, em grande parte, pelo Estado e pelos templos. Os celeiros deviam estar sempre cheios para fazer frente a épocas de más colheitas e para fornecer mantimentos ao exército e aos funcionários.

Irrigação

As áreas ao redor do rio Nilo eram irrigadas naturalmente, porém, em regiões mais afastadas, técnicas como Chaduf e o simples recolher a água para transportar até os campos cultivados, eram muito utilizadas.

O Arado

Os camponeses utilizavam vários instrumentos para sulcar a terra, entre eles, o arado que era construído basicamente de madeira, às vezes com reforços de metal. O tipo mais comum consistia em duas varas verticais, cuja extremidade inferior era unida e segurava a grade que se introduzia na terra. Uma travessa separava as varas e servia para prender a barra atada à madeira que unia os animais. O arado só atuava sobre a camada mais superficial do solo, portanto não o renovava usando as camadas mais profundas da terra. Os animais usados para puxar carretas eram a vaca e o boi, às vezes também utilizados em cortejos fúnebres.

A ceifa

Nos campos que pertenciam ao Estado, o cultivo efetuava-se por meio das prestações obrigatórias de trabalho. Inicialmente, na ceifa utilizava-se uma foice com lâmina de madeira, na qual se incrustavam dentes de sílex. Com o tempo, este instrumento foi sendo aperfeiçoado, e substituiu-se a lâmina de madeira por outra de metal em forma curva.

O transporte da colheita

O grão, uma vez separados da palha, era colocado em cestos carregados pelos trabalhadores, ou nas costas dos burros. Às vezes, os animais eram renitentes em levar a carga, por isso, o tratador colocava-se por trás do asno com uma vara, pronto a bater nele caso não obedecesse Batiam com varas nos animais caso eles não obedecessem.

Armazenamento de Alimentos

O grão devia ser recolhido e colocado em recipientes. Vasilhas de barro, chamadas ânforas e sacos eram os mais utilizados. Os homens carregavam os recipientes até o celeiro, enquanto o escriba os vigiava atentamente. Seu dever era anotar todo grão que entrava e castigar aqueles que não levavam a quantidade estipulada. A punição mais freqüente eram Açoites.

As mulheres no campo

As mulheres tinham de realizar tarefas especificas, entre limpar e crivar os grãos. Em muitas pinturas, eram representadas logo atrás dos maridos, recolhendo as espigas que eles ceifaram. Essas espigas seguiam para eira, onde as mulheres, com grandes pás, as erguiam para que os grãos caíssem e a palha fosse levada pelo vento.

A elaboração da cerveja e do pão

Os egípcios cultivavam legumes, hortaliças e diversos cereais, mas os alimentos básicos eram o trigo e a cevada. Com eles faziam o pão e a cerveja. Para obter o pão, moía-se o trigo em moinhos de pedra, por isso a farinha tinha muitas impurezas, sendo que com o pão molhado e fermentado fazia-se cerveja.


Crenças

Vida após a morte

Os egípcios, exceto por um período que falaremos posteriormente, foram politeístas, sendo que acreditavam que o corpo era constituído por diversas partes:



-Ba= alma
-Ka= força vital
-Akh= força divina inspiradora de vida




Segundo eles, o ka precisava de um suporte material que normalmente era o corpo do morto e, para poder enfrentar os mistérios do além túmulo, era necessário que este se mantivesse incorrupto (intacto, não deteriorado). Inicialmente, os defuntos eram enterrados na areia, graças ao clima seco e quente, conseguiam conservá-los, porém, conforme as crenças se consolidaram, surgiu a ideia de construir monumentos, onde seria possível depositar elementos considerados imprescindíveis para a vida após a morte. As primeiras pirâmides foram criadas, com elas, novas técnicas de mumificação forma desenvolvidas.



Técnicas de mumificação



Muito complexas, exigiam conhecimentos de anatomia por parte dos sacerdotes para que não ocorressem danos aos órgãos. O deus Anapu era o guardião das necrópoles e, segundo alguns egípcios, estava presente no processo de mumificação. Sua cabeça em forma de chacal, evocava os animais que vagueavam pelos túmulos. Os sacerdotes embalsamadores tinham-no como patrono e, durante o preparo das múmias, colocavam uma máscara de chacal, adotando o papel de Anapu.Primeiro, extraiam o cérebro introduzindo um gancho no nariz, depois de terem partido o osso etmóide. A seguir, marcavam com um pincel, uma linha no lado onde faziam um corte para extrair as vísceras. O coração, que devia controlar o corpo no além e, os rins, aos quais o acesso era difícil, permaneciam dentro do cadáver. As vísceras eram lavadas com substâncias aromáticas e colocadas em vasos canopos. O corpo era depositado em natrão (carbonato de sódio natural) por algum tempo, depois o lavavam e massageavam com perfumes, óleos e incensos. Olhos de vidro eram colocados, para dar impressão de realidade. Para enfaixar o cadáver, colocava-se o corpo sobre dois cavaletes, sem prendê-lo a nada, entre as camadas de ataduras, eram colocados amuletos, alguns tinham forma de escaravelho, de olhos ou pilares, sendo verdadeiras jóias, possuindo como objetivo proteger o morto dos perigos do outro mundo. Após esse processo, despejava-se resina por cima, põem-se uma máscara funerária e finalmente era colocado no leito funerário, para que fosse regenerado pelo poder mágico da deusa Neftis.


Cortejo fúnebre

Uma vez preparado o cadáver e depositado no sarcófago, fazia-se uma procissão que o conduzia ao túmulo. Abrindo o cortejo, ia o sacerdote funerário, ao qual se seguiam vários criados que transportavam os objetos pertencentes ao morto. Esses objetos tinham a missão de lhe proporcionar comodidade no além. O sarcófago era conduzido por um trenó, enquanto outro levava os vasos canopos. Quando a procissão chegava ao túmulo, o sacerdote realizava o ritual de abrir a boca da múmia, com o qual se acreditava que ela voltava à vida. Toda a mobília, juntamente com o sarcófago e as oferendas, eram depositados na pirâmide, que, a seguir, era selada para que nada perturbasse o eterno repouso do defunto.

Lenda do além

De acordo com a crença egípcia, Anapu colocava as mãos no defunto para lhe tirar o coração que era levado à Osíris, soberano do reino dos mortos, sendo que este realizava a psicostasia em que o coração do morto era pesado, caso as más ações fossem mais pesadas que uma pena, o indivíduo era devorado por um monstro. Se passasse satisfatoriamente por essa prova, podia percorrer o mundo subterrâneo cheio de perigos até o paraíso.


Os sarcófagos

Eram de pedra ou madeira coberta por materiais preciosos. Inicialmente, os sarcófagos eram retangulares, porém, mais tarde, foram construídos com o formato de seres humanos.

Os uchebtis

Significam “Os que respondem”, pequenas estatuetas colocadas no túmulo para servir o defunto no além. Os mais valiosos eram feitos de ouro e lápis-lazúli, mas também, havia os fabricados em terracota, madeira ou pedra. Muitas vezes eram figuras masculinas. Na parte da frente, escrevia-se um capítulo do livro dos mortos.Em alguns túmulos, foram encontrados 365 uchebitis, cada um correspondendo a um dia do ano.

Os Vasos Canopos

As vísceras lavadas e embalsamadas eram depositadas em quatro vasos representando divindades chamadas Filhos de Hórus, que as protegiam da destruição. Depois de seladas, os sacerdotes as introduziam em uma caixa, que, durante o cortejo fúnebre, era conduzida por um trenó. A origem definitiva do nome canopo ainda é um mistério, porém, as duas hipóteses mais aceitas pelos estudiosos são:



-A de que surgiu devido à cidade de Canopos, perto de Alexandria onde Osíris era adorado como um vaso com cabeça humana.



-Devido a Canopo, personagem mitológico grego, piloto de Menelau, que morreu de forma trágica e foi enterrado no Egito.



Os vasos são:



-Imset: Com tampa em forma de cabeça humana, abrigava o fígado.



-Duamutef: Tampa em forma de chacal, abrigava o estômago.



- Hapi: A cabeça de babuíno indicava que continha os pulmões.



-Kebehsenuef: O vaso com cabeça de falcão guardava os intestinos
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As máscaras funerárias

O defunto devia ser reconhecido no Além. Por isso, por cima das ataduras do corpo mumificado, colocava-se uma máscara com um retrato idealizado do morto. As máscaras dos faraós eram feitas de ouro e lápis-lazúli. Segundo o mito, a carne dos deuses era de ouro, seu cabelo de lápis-lazúli e os ossos de prata. Os faraós eram representados como o deus Osíris, soberano dos mortos. Na cabeça levava o nemes, adorno listrado enfeitado na parte da frente com a serpente protetora dos faraós. Os braços ficavam sobre o peito. Numa das mãos seguravam o cetro real e na outra, um chicote.