segunda-feira, 22 de março de 2010

Cabeça de Amenófis III



Uma cabeça gigante de granito vermelho do faraó Amenofis III, de 3.000 anos de idade, foi encontrada no local de seu templo funerário em Luxor, anunciou neste domingo o ministério da Cultura egípcio. "A cabeça está intacta e mede 2,5 metros de altura", indicou em um comunicado Zahi Hawass, diretor do departamento de Antiguidades Egípcias.

"É uma obra prima de grande qualidade artística, um retrato do rei com traços esculpidos muito finos e cheios de juventude", descreveu.

A peça é a cabeça de uma grande estátua que representava o faraó de pé, com os braços cruzados e com símbolos reais nas mãos, explicou por sua vez Hurig Suruzian, chefe da missão arqueológica responsável pela descoberta.

Amenofis III, que governou entre 1390 e 1352 AC, é pai de Akenaton, o "faraó herético", considerado precursor do monoteísmo por ter tentado impor no Egito o culto exclusivo de Aton.

( Reportagem retirada do site:http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=1076)


Reportagem Retirada do site G1

Foto: Reprodução 

Os ushabtis, figuras que deveriam virar servas dos mortos no além


Durante quase 3.000 anos de história, os egípcios foram o povo mais meticuloso nos preparativos para a vida após a morte. Além do corpo maravilhosamente preservado pelo processo de mumificação, eles caprichavam na preparação espiritual, levando consigo, nas paredes ou no interior dos sarcófagos, textos como o Livro dos Mortos, que ensinavam o defunto a argumentar sobre seus merecimentos diante dos deuses. Mas é claro que não dava para abrir mão do conforto no além: por isso, os egípcios também lotavam suas tumbas com pequenas estátuas, que iriam fazer as vezes de serviçais no mundo dos mortos.

As últimas décadas de pesquisa arqueológica e antropológica estão trazendo uma enormidade de dados sobre o complicado processo ligado à passagem de um egípcio da alta sociedade desta para uma melhor. O egiptólogo Bob Brier, da Universidade de Long Island (Estados Unidos), conhece literalmente a fundo as práticas egípcias, já que avaliou pessoalmente a "saúde" de uma série de múmias e também mumificou pessoalmente um cadáver moderno para entender melhor como os egípcios embalsamavam seus mortos. Segundo Brier, dois elementos são cruciais para a prática da mumificação: o ambiente e a mitologia do Egito antigo.

Ele lembra que, nos milênios anteriores à era do faraó, os habitantes do vale do Nilo costumavam simplesmente enterrar seus mortos numa cova rasa nas areias do deserto a oeste do grande rio. Com isso, o calor e o clima extremamente seco davam conta de, sozinhos, preservar a pele, a carne e os cabelos por longos períodos. Mais tarde, quando eles começaram a construir túmulos elaborados para os defuntos, essa capacidade de preservação diminuiu. Isso porque a umidade, que traz bactérias comedoras de cadáveres, ajudava na decomposição dos corpos. A mumificação foi desenvolvida, em parte, para ressecar totalmente os cadáveres.

Por outro lado, a mitologia egípcia é dominada pela história do deus Osíris, que foi morto à traição por seu irmão Seth e desmembrado. Os pedaços do corpo do deus, porém, foram reunidos por sua esposa Ísis, o que permitiu que ele voltasse à vida. Osíris virou o protótipo de todos os mortos, e principalmente dos faraós mortos. Como os egípcios acreditavam na ressurreição, na qual o corpo dos falecidos voltaria a funcionar, era importante que o cadáver estivesse o mais intacto possível, justamente para garantir sua funcionalidade no além.

Foto: Reprodução

A múmia do faraó Ramsés II (1279-1213 a.C.) (Foto: Reprodução)

Faltou o cérebro

Ainda bem que os egípcios não tinham idéia da importância do cérebro para o organismo, porque trata-se do único órgão para o qual eles não desenvolveram um procedimento de preservação. Os egípcios acreditavam que a sede do pensamento era o coração, e não o encéfalo. Aliás, o cérebro era deliberadamente destruído, por ser extremamente aquoso. Os embalsamadores inseriam um pedaço de arame no nariz do morto, quebravam o osso que separa a cavidade nasal da cavidade craniana e giravam o arame rapidamente, como um liquidificador, até que o cérebro virasse uma papa e pudesse escorrer para fora do nariz do defunto quando ele fosse virado de ponta-cabeça.

Depois disso, era feita uma incisão no abdômen, retirando dela o estômago, o fígado, os intestinos e os rins. Só o coração era deixado no interior do corpo. Os demais órgãos iam para minissarcófagos especiais, os chamados vasos canópicos, e colocados ao lado do caixão do morto. Para retirar ainda mais a umidade do corpo do morto, ele era coberto com uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio e sal de cozinha durante 35 dias. Depois era finalmente enrolado nas bandagens características das múmias que conhecemos.

Foto: Reprodução

Vasos como esses abrigavam os órgãos (Foto: Reprodução)

Cerca de 70 dias após a morte, o morto era finalmente levado à sua tumba. Como a múmia estava com a boca coberta com bandagens, era feito um ritual para "abrir sua boca", de maneira que ele conseguisse falar e comer no outro mundo. A cerimônia terminava com um sacerdote dizendo as palavras: "Tu és jovem de novo, tu vives de novo, tu és jovem de novo, tu vives de novo, para sempre".

Lacaios e bagagens

Quanto mais rico o defunto, maior a quantidade de bagagem que ele carregava. Todo tipo de alimento e objeto de uso pessoal -- arcos e flechas, carruagens, barcos, roupas, jóias -- eram colocados no túmulo. As paredes também eram pintados com cenas da vida do morto. Os egípcios acreditavam que, se uma imagem aparecia num túmulo, o morto seria capaz de vivê-la no além.

O mais curioso para nós, no entanto, eram os ushabtis, pequenas estátuas em forma de múmia que deveriam servir o morto na outra vida. Só o faraó Tutancâmon, que morreu por volta do ano 1300 a.C., foi enterrado com 413 ushabtis, cuja principal função era cultivar a terra para o rei no além. Desses, 365 ushabtis eram trabalhadores braçais (um para cada dia do ano), 36 deles eram supervisores (um para cada grupo de dez operários), sem contar um grupo de 12 supervisores dos supervisores (um para cada mês do ano). Nem na morte os faraós deixavam a burocracia de lado, pelo visto.

(texto jornalístico, http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL600506-9982,00.html 15/06/08)

terça-feira, 9 de março de 2010

A paleta de Narmer



Apaleta de Narmer foi descoberta em 1894, a poucos metros do chamado’’Deposito maior’’do templo de Hieracômpolis.Trata-se do primeiro documento que tem o nome do faraó inscrito um serej(estandarte com desenho da fachada do palácio)real e o primeiro que testemunha a unificação das duas terras,ou seja, é a primeira vez que o faraó aparece como do Alto e do Baixo Egito.

A paleta é de xisto, esculpida em ambos os lados. Em cada face, as cenas dividem-se em registros horizontais, três na frente e quatro no verso. Assim como foi feito mais tarde nas paredes dos templos, os objetos, personagens e acontecimentos esculpidos aparecem ordenados da forma como eram vistos e percebidos, o que a tornou um poderoso instrumento de propaganda social.

Ela tem uma estrutura elaborada, mostrando uma técnica de execução, uma idéia de espaço organizado,uma noção de simetria e de eixo vertical.O corpo humano está representado de acordo com as convenções estéticas que prevaleceram ao longo da história do Egito.

O perigo assírio



Em meados do século VIII, o Império assírio começou a mostrar interesse em expandir seus domínios para a região da Fenícia e da Palestina. Os pequenos estados costeiros pediram ajuda ao Egito; Senaqueribe cercou Jerusalém, e Ezequias, o rei de Judá, pediu auxilio ao faraó Chabataka.

Corria o ano de 701 a.C, e Jerusalém quase caiu em poder dos assírios. Senaqueribe foi sucedido por Assarhadão, que tentou conquistar o Egito, mas foi derrotado pelo exercito do faraó Taharka. Assarhadão, no entanto, não se rendeu e, em 671 a.C., conseguiu conquistar Mênfis, ao mesmo tempo que obrigou Taharka a fugir para Tebas. Fez um pacto com os príncipes líbios do Delta(adversários dos faraós núbios), que declararam vassalagem aos assírios, e confirmou Nekau I como rei do Egito. Contudo, Taharka reconquistou Mênfis.

Quando Assarhadão morreu, sucedeu-lhe Assurbanipal (669-627a.C).Na sua primeira campanha no Egito, Assurbanipal derrotou Taharka e chegou até Tebas.Tal como os seus antecessores Assurbanipal. Na sua primeira campanha no Egito, derrotou Taharka e chegou até Tebas. Tal como seus antecessores, retirou-se para Nínive, e os príncipes do delta aproveitaram a ocasião para revoltarem-se. Essa revolta foi sufocada pelo rei assírio, que deportou Nekau para Nínive. Pouco tempo depois, Assurbanipal devolveu o cargo a Nekau e nomeou o filho deste, Psamtek, governante de Atribis.

Na Núbia Tanutamon sucedeu Taharka. Foi tão agressivo ou mais, que o seu antecessor; reconquistou Assuã, Tebas e Mênfis. Com a conquista desta cidade, os assírios foram expulsos do Egito e Nekau morreu na guerra. A reação dos assírios não tardou: no ano seguinte, saquearam Tebas e obrigaram Tanutamon a fugir para a Núbia. Aproveitando os problemas da Assíria com a Babilônia, Psamtek I, faraó do Egito, após morte de Nekau, seu pai, expulsou definitivamente os assírios, atacados pela Babilônia, pelos medos e pelos citas. Em 606 a.C com o rei assírio Assur-uballit II,o Império assírio desapareceu ,deixando um vazio que o Império Babilônico preencheu durante alguns séculos.

A escrita do povo: o demótico



No Egito Antigo, durante o primeiro milênio, apareceu um novo tipo de escrita cursiva: o demótico. Esse tipo de escrita que derivava do hierático, era muito mais simples, o que dificultava a sua leitura.

A base do demótico era o neo-egipício, língua que se falava na época do Novo império e que tinha uma gramática própria. Ela utilizava algumas normas do neo-egipício, e os seus signos eram uma estilização dos hieráticos, a ponto de ser quase irreconhecível.

Ao princípio, o demótico destinava-se, sobretudo aos documentos administrativos, judiciais e comerciais, graças aos quais chegou até nós uma visão panorâmica da economia egípcia. Pouco a pouco, o hierático foi sendo reservado para uso religioso,e o demótico tornou-se a língua e a escrita oficiais em todos os níveis.

No período partir do domínio dos faraós ptolomaicos, cuja cultura tinha raízes helenísticas, o demótico partilhou o papel de língua oficial com o grego, de maneira que os documentos eram escritos em ambas línguas.

No período ptolomaico, os documentos eram escritos em demóticos e em grego, o que permitiu a aproximação dessas duas culturas. O demótico era usado não só em âmbito administrativo e judicial, mas também textos religiosos, como nas estelas dedicadas a qualquer divindade.

Após a chegada dos romanos, os egípcios continuaram a escrever os seus documentos em demótico. A partir do século II d.C., com a chegada do cristianismo, os escritos egípcios passaram a ser vistos como pagãos proibindo-se o seu uso e, assim nasceu o copta,que utilizava o alfabeto grego com alguns signos egípcios.

A construção das Pirâmides



Durante o reinado do faraó Djoser, os antigos túmulos dos faraós das duas primeiras dinastias, utilizados para enterros, foram substituídos por uma nova construção, a pirâmide, que surgiu a partir da sobreposição de mastaba, que diminuíam de tamanho á medida que ganhava altura.

A sua silhueta escalonada simbolizava uma escada pela qual o faraó ascenderia ao céu. A primeira fase da construção consistia em escolher um lugar ideal para a localização, em seguida, desenhavam-se os planos e decidia-se qual era a quantidade de material e mão- de- obra necessária. Depois, os sacerdotes eram convocados para determinar os pontos cardiais que orientariam as suas faces, delimitavam a base e procediam a cerimônia de nível lamento do terreno.

O faraó encerrava o ritual da construção com a cerimônia de esticar a corda, que, consistia em comprovar a orientação, cravar uma estaca em cada um dos ângulos os unindo com a corda, cavar simbolicamente uma pequena parte de uma vala, modelar um tijolo e colocar a primeira pedra. Inicia-se, assim, a construção real, sendo que a duração dos trabalhos dependia do tamanho do complexo funerário, o qual devia estar concluído para o momento da morte faraó.

Sarcófagos




Os sarcófagos seguiam fielmente a evolução ideológica, dos seus criadores e, portanto, todos os elementos que figuram em um túmulo têm uma razão que só se compreende quando se conhecem os mitos e os egípcios dominantes no momento da sua construção. O morto precisava do seu corpo para que o ka pudesse regressar e unir-se a ele novamente, já que este exigia esse suporte físico para poder viver.Como protetor de”vida’’, mesmo que o corpo se degradasse,o sarcófago seria o seu substitutivo.Não menos importante era a decoração, em que se representavam diferentes mitos e deuses que também ajudavam o defunto na sua viagem ao Além.